sábado, 25 de outubro de 2008

Não queira saber...


Queria tirar todas as suas dores, curar tuas feridas e trazer-te para meu leito. Queria secar teus olhos impregnados de mágoa e rancor, olhos secos por uma vida áspera e sem poesia. Queria dar-te um mundo cheio de cores, um mundo leve e místico, do qual pudéssemos carregar nossas energias e viver sagas ilimitadas de plenitude. Mas, por ironia ou descaso, parece que não consigo acessar este campo que é você, não consigo penetrar em tua alma e dar-te minha mão. Não acesso tua mente, cheia de labirintos e minotauros, cheia de enigmas e complacências; cheia do vazio que sou eu. Se pudesse, se você me permitisse em sua imensa caridade, faria de seus dias os mais límpidos e graciosos. Deitaria teu rosto suave em meu colo e te afagaria com minhas mãos, docemente alisaria tua face e cantaria os hinos mais sagrados. Cobriria tua casa com pétalas do mais adornado jardim, teu andar se faria perfumado. Inventaria mil formas de alegrar-te e, gentilmente, me imporia em tua vida, não como mais um empecilho, mas como veículo de graça, alegria e leveza. Meus predicados são limitados, eu sei; e minhas aspirações múltiplas, mas, ao lado de tão honroso cavalheiro, enfrentaria erguida todos os problemas, sobrepujando a dor.
Mas não deixa, não posso, não consigo. Há algo como um campo magnético que me separa de ti, que me faz transmutar idéias turvas em sentimentos febris. Enlouqueço com teu semblante, que em minha cabeça vai e volta, se torna um zumbido que não sai, que machuca, feri os mais sutis sentimentos que eu tenho, absorve as forças mais certas e desmorona meu gênio de maldades e frieza. Penso se é você que não me quer, que não me tem em sua mente, não aspira nada ao meu lado, relegando a mim a mais absorta lembrança, a mais negligente passagem em tua vida. Penso que teu caminho está traçado e eu, impotente e miserável, não poderia deitar em tua linha da vida, fazer-me presente, mesmo que sutilmente.
Miserável sentimento é este, que não sei nomear, calcular, nem ao menos sentir. Miserável condição humana é essa, que há pouco se infla de certezas, e logo após se debruça em lágrimas por não entender este nó dado no peito, intransferível, insolúvel, mas que dói e aperta até nos dias mais belos do fim da primavera. Agora, despeço-me, na triste certeza que você não virá. Não acenarei com bandeiras, brindando esta emoção que me invade, deixarei que meu calar se faça presente e te dê, como alerta, todo este nobre sentimento que me preenche, e que, como sorte, em breve repartiremos.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Show do Marcelo Camelo...a Saga!


Saí correndo, estava atrasada. Será que o show do Marcelo Camelo seria completo, agora que seus hermanos estavam em outros projetos? Mal sabia eu, tadinha. O show também demorou a começar, parecia que os segundos se arrastavam e queriam que minha ansiedade só aumentasse: conseguiram. Mas quando começou, quando seu violão e linda voz vieram Passeando pelo Cine Theatro Central, ah...tudo ficou pequeno. Eu, do alto da galeria, me sentia cortejada pela música, poesia e melodia inebriantes que me levavam a sonhar com o belo. Não era o Camelo em si, era sua arte, sua forma de transcender todas aquelas pessoas e fazer com que eu me sentisse especial, como se tudo aquilo fosse para um encontro meu com a mais bela música. A Menina Bordada que vos fala dançava quando todos estavam estáticos e sorria como criança quando a melodia calma embalava nossos corpos; a luz bem centrada na figura do Marcelo deixava o ambiente ainda mais intimista. Copacabana fez parecer carnaval, vi homens com dedos levantados e Camelo, o tempo todo, tentando se livrar do suor através de mãos e paradas. Como dancei, como ri, como fui feliz em Copacabana. A Janta foi mais cedo, preencheu todo o espaço com luz e magia, quando ele começou nos fez ascender, trovejavam aplausos. Ainda para fechar o show, nos presenteou com belas canções que fugiam do Sou, Santa Chuva lavou a alma de muito, ao menos a minha. Marcelo Camelo, entre alguns comentários certeiros: Um Cara Valente. Depois de dois “Mais um” as luzes se acenderam, mas parecia mentira, ainda acenderam devagar que era para irmos despertando aos poucos.
“Corre, Danilo!” Só consegui pensar que precisava falar com ele, dizer quão era maravilhosa sua obra. Primeira etapa: “Esperem na parte de fora, ele vai sair por lá.” E lá fomos nós, fiquei de cara com a porta, e com os seguranças. Mas, adivinhem, só quem tinha uma credencial, pulseirinha, podia parabenizá-lo, isso era tão desolante que permaneci em guarda. A tal pulseira, que foi sucateada e pirateada com a demora, era dada na bilheteria, mas não era informada que existia. Sim, me revoltei. Mas eu não queria brigar, tentei ser educada com os seguranças, afinal o meu maior propósito ainda era encontrar Camelo e dizer tudo que estava sentindo. Ficamos lá, mas ficamos mesmo. Entre chato, menina tentando roubar pulseira na bordoada - meu deus, isso foi bizarro!- eu quase desisti duas vezes, mas fiquei, fiquei ficando porque ele sairia por aquela porta. No fim, grata surpresa, entramos! Eu tremia, tremia muito, eu tremia muito mesmo. As meninas foram na minha frente e o Danilo lá comigo, esperando. Falei pro Marcelo algo sobre a sensibilidade e harmonia da música dele, e ele brilhou com os olhos, escutou e agradeceu. Ai eu percebi: tanta beleza vem do música, que lindo. Era muito atencioso, me deu um autógrafo, porque sou fã,né?! E eu pedi um biscoito também do camarim dele, sei que foi estranho, ele também estranhou, mas eu queria!
Saí de lá soltando foguetes, até agora estou. Queremos mais, quero gritar de novo na rua de tanta felicidade, valeu a pena! Vida Doce, Camelo...Vida Doce!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Primeira...


Nota 1 : O nome do Blog não foi inspirado na música,aliás, eu até olhei para ela...mas não que seja adorada por mim.
Nota 2 : Manter este ativo?Depois de tantos...só o tempo dirá!

O primeiro post tem que ser bem aleatório, daqueles que a pessoa não sabe bem o que escrever e porque escrever...seguiremos a regra.Acho que posso começar falando da minha experiência de ter mil e um blogs(sim,eu exagero numéricamente),e todas falhas- diga-se de passagem.
É que sempre estou mudando, sempre algo não parece mais meu, não dá para se identificar com o nome, com aquele texto ridículo ou aquela vírgula mal empregada. Como mostrarei aquilo para os meus netos?!, penso eu...melhor apagar.Apagar,hoje em dia, é como queimar arquivo ou cadáveres mortos.Me sinto um governante que acabou de abolir a escravatura e não quer marcas do sórdido passado; a diferença é que no meu caso os historiados não sairam perdendo com o fim dos escritos.
Acho que agora estou numa fase feliz da minha vida, muito confusa- é verdade!- mas feliz. Não dá para ficar lamentando muito por entre as ruelas da vida, querendo ou não, você que escolheu caminhar por elas [este blog ainda será apagado por metáforas porcas, como essa].Mas não tenho o que reclamar, tenho meus amigos que são extremamente valiosos e uma família carinhosa. Do vestibular eu posso reclamar, porque ele me massacra todos os dias em mente, já que na prática faço pouco; mas tenho que ver o lado bom...ao menos tenho estudo e meu curso é relativamente simples de passar.Gosto da minha vidinha pacata, meio burguesa- mas, no momento, é o que se pode fazer.Acho que morreria se tivesse grandes badalações e muitas pessoas ao meu redor, com certeza me sentiria sufocada e não daria a importância que elas merecem.
Hoje foi um dia bem típico(ps.: o blog não contará meus dias entediantes, podem ficar calmos), sem muitas modificações...eu já estou me acostumando,não deveria.A rotina deveria ser algo maravilhoso, já que há todo um Universo do qual desconhecemos,e toda oportunidade de interagirmos com ele,e com nós mesmos, é uma nova descoberta.Tenho pensado muito nessa questão do Universo,de nós e o Universo...enfim, isso fica para um outro papo.
[já são 22:21 hs e amanhã eu acordo às 6:20 e ainda vou ler Sakura-emprestado pela minha bela amiga Mayara.Corre,Fernanda...senão amanhã será mais um dia morgante!]