quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Medo na aula de literatura...


Diz minha professora de literatura, a inteligente Andréia, que temos que escrever todos os dias, se gostamos da coisa e queremos saber faze-la. Isso me deu uma tristeza infinita, porque eu gosto, mas não faço isso. Não sei escrever direito, oras... E, quando escrevo, são sobre temas aleatórios, casuais e meramente dispensáveis. Eu poderia sim escrever todos os dias, mas aí surgem os problemas. O primeiro é tempo, não que eu não o tenha, mas é que eu não sei administra-lo. Amanhã, por exemplo, tenho uma difícil prova e estou aqui, escrevendo baboseiras sem importância ao invés de me debruçar sobre contar e equações. O segundo é o assunto, a minha vida não é o que chamamos de animada. Eu quase não saio. Não tenho conversas super interessantes e viagens glamourosas para contar, meu conhecimento político é limitado e as opiniões distorcidas e volúveis - ou seja, prefiro me calar a dizer besteira. Também não gosto de explorar meus sentimentos baixos. Hoje eu senti muito medo, por exemplo. Por uma coisa pequena, uma mera chuva, e estou até agora com sentimento de medo – do mundo, da vida, de mim e dos outros.
Ultimamente tenho ficado um pouco pé atrás com os outros, insegura de mim mesma e relegando para o canto sentimentos que sei que irão me machucar posteriormente. Enfim, eu poderia estar usando isso para escrever e ficar mais treinada na arte da escrita, mas seria tão vil da minha parte. No que isso melhoraria a vida das pessoas? Fato! As coisas que escrevo não melhoram nem a minha, pobre de mim. Mas eu gosto delas, demonstram o quanto ainda tenho que fazer, trilhar, ralar! Eu queria ter levantado o dedo e dito: “Andréia, isso quer dizer que nunca escreverei bem?”, queria muito saber se sempre serei uma sub-escritora, se é melhor desistir agora e ir tentar outra coisa... Tive medo da resposta dela.

Nenhum comentário: